sábado, 31 de março de 2012

A psicologia do mal. Parte II - Canto I - Loucura

  (Prelúdio)

  Um ex professor meu da faculdade uma vez disse à turma, "Queridas substâncias elementares ( sim ele nos chamava assim, deboche ou não, eu sempre achei demais ), ai de mim subestimar a inteligência dos senhores... Mas todo desafio deve ser encarado como uma experiência de aprendizado... Vou lançar um tema complexo e quero que os Sres - e as Senhoras, nada obstante, dissertem sobre ele em 15 linhas. Mas saibam de uma coisa, meus caros: Uma vez escrito o parágrafo inicial, todo o resto fluirá com destreza e rapidez."


   É muito fácil começar um texto parafraseando e usando as palavras de um terceiro. Só que no final das contas o texto fica vazio e excessivamente prolixo pois muito do próprio autor, nele faltará. Portanto fiz esse breve prelúdio - que nada tem a ver com o texto que estou para começar, para que entendam meu dilema. Minha mente está explodindo de ideias que anseiam por exposição, porém... que dificuldade transformar ideias em palavras quando tema é de uma complexidade tão vasta. A minha sorte é que este blog é MEU, este post é MEU, o tema é MEU, e eu escrevo o quanto eu quiser, na quantidade de linhas que eu quiser, e posso postar quando eu quiser.

  Agora voltando ao assunto... Vou até destacar uma linha para que esse prelúdio fique completamente separado do texto que segue.
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  No primeiro capítulo, analisamos valores sócio-culturais associados ao despontar da maldade dentro do coração humano e concluímos, coerentemente, que o mal não nasce dentro de um ninho cultural ou de um nicho social. Hoje analisaremos a maldade já dentro dele, e dele, passando para o cérebro que é o órgão que coordena nossas ações.
  Como ela age? Quais reações ela causa no ser humano? Como ela se reflete diante do mundo?
  Todos nós sabemos que o coração humano é mero simbolismo de analogia aos sentimentos, e que cientificamente falando não é responsável por eles. Essa associação nasceu da famosa "dor no peito" que sentimos quando deparamo-nos, por exemplo com uma cena adversa que em nós desperta um sentimento qualquer. O coração não passa de um músculo com algumas atribuições orgânicas a mais que os outros músculos do corpo humano. Mas a dor no peito é apenas uma das reações advindas das sinapses que nossos neurônios realizam ( transmitindo mensagens um para o outro e encaminhando-as ao cérebro ), e quando o cérebro capta a mensagem transmitida provoca a reação adversa( dor no peito, enjoo, dor no estômago ). Ou seja, o grande responsável por nossas emoções é o cérebro. Mas usando a simbologia atribuída ao coração, vamos assumir que a maldade está no coração, e a loucura está no cérebro, entendendo assim, que a loucura e a maldade trabalham juntas.

  É sabido que a maldade está intrínseca e intimamente ligada à loucura, tornando-as inerentes à presença uma da outra. Tomemos a loucura como uma entidade viva; A loucura e seus predicados são características constitucionais de pessoas consideradas ESPECIAIS, tanto para o bem como para o mal. Por muitos anos ( considerando uma cronologia relativa à nossa existência ) os maiores gênios da humanidade foram vistos como loucos, e realmente o eram! Mas é uma loucura que atribui inteligência, direcionada às capacidades cognitivas do ser humano. A máxima dessa afirmação é esse cara que se encontra na imagem ao lado, e que evidentemente não é um desconhecido para você. O cérebro humano é uma máquina extremamente peculiar. Dentre todas as minhas reflexões, ainda não consigo dizer se a loucura se instala no lado esquerdo ou direito, ou se é igualmente distribuída, ou se é dividida desigualmente, acho que seria muito imprudente de minha parte responsabilizar-se por tal afirmação, visto que a última vez que estudei o cérebro humano foi em um período remoto entre 7 a 10 anos atrás, e não foi um estudo muito profundo visto que foi matéria escolar. A única coisa que posso afirmar, é que a loucura está no cérebro, e os frutos dela ( maldade ou bondade ) na mente humana. Mas vamos lá... Vamos tentar localizar a loucura no cérebro humano de uma pessoa DESTRA.
  PS: Não tenho paciência de fazer pesquisas enquanto escrevo no meu blog ( até por que eu não estou sendo paga para fazê-lo - pensamento típico de uma capricorniana ), tudo o que escrevo aqui baseia-se em conhecimentos que adquiri ao longo da minha miserável existência, e este assunto em particular, provavelmente às sextas-feiras ociosas em que fiquei em casa assistindo ao Globo Repórter. Então se eu estiver falando besteira, peço humilde e obsequiosamente que um entendedor do assunto me reprima e me corrija - Sim por que é isso que eu faço quando vejo pessoas escrevendo errado e falando besteiras referentes à lingua portuguesa, pois essa é a área de minha competência.
   Eu sempre digo que o mal nunca é desprovido de inteligência, e que o bem nunca é desprovido de sabedoria. Infelizmente a sabedoria é muito mais difícil de alcançar, e normalmente leva muito mais tempo.
  Cientistas afirmam que o hemisfério dominante ( em uma pessoa DESTRA ) é o hemisfério esquerdo, que é o responsável pelo pensamento lógico, pelas nossas ações, e pela comunicação. O lado direito é o responsável pelos pensamentos subjetivos, pela criatividade etc... Dado este fato, me atrevo a dizer que é no lado direito que a loucura está concentrada. Digamos que a loucura seja um tumor maligno que se instala no hemisfério direito e se espalha pelo hemisfério esquerdo que é responsável pelas nossas ações, e assim levando-nos a cometer atos insanos de extrema bondade ou maldade.
   Eu acredito que toda a pessoa má, também possui um lado bom e vice-versa. Ninguém é 100% mau ou 100% bom. Mesmo Hitler foi capaz de amar seu cão. Então digamos que há no coração dele 5% de bondade ( judeus, desculpem estou apenas defendendo uma ideia... não é nada pessoal, :-] ). Agora por que culpar apenas Hitler pelo holocausto? Por que não atribuir a culpa ao resto de seu exército pungente? AHHH por que o restante é burro. Hitler apenas dava as diretrizes para que os algozes seguissem. Na verdade, o exército é muito mais algoz que o próprio Hitler que era acometido pela loucura, diferentemente de seu exército de néscios que compraziam-se com o sofrimento alheio e que o praticavam a bel-prazer.
   Vamos tomar como exemplo aquela mulher que matou de maneira cruel o filhote de yorkshire ( Eu não tive coragem de ver o video... Só de ouvir os comentários eu já chorei de pena do cachorrinho, e de raiva dela - Vejam mais uma máxima da ambivalência dos sentimentos humanos.). Aquela mulher tem o percentual de loucura muito menor do que de maldade, muito embora a maldade advenha deste pequeno percentual de loucura que ela tem... É um absurdo tentar justificar sua crueldade em sua loucura visto que a mulher já havia cometido a mesma maldade diversas vezes. Este é um caso em que a maldade é refletida na loucura, exatamente o oposto de Hitler, no qual a loucura se reflete na maldade. A covardia é o maior atributo da maldade. É a pessoa sentir prazer com o sofrimento de um incapaz, o que é inaceitável. É a pessoa se sentir livre para cometer atrocidades infinitas a um ser que não promoveu qualquer ação hedionda contra ela, sabendo que sairá ilesa... Para mim isso é o sinônimo de maldade em sua forma mais NATURAL. Antes de assumir que uma pessoa é má, devemos analisar o seu passado, as suas raízes, os seus traumas psicológicos ( que em nada isentam a pessoa da culpa, em minha opinião ). Sabemos que matar é errado, mas imagine a situação: Aos 5 anos de idade um bandido mata uma pessoa querida à queima-roupa na sua frente, o que você faz se 20 anos depois reencontra essa pessoa ( que é, certamente uma pessoa má )? Essa relação Maldade x Vingança, vamos discutir no próximo "canto".
   Concluímos que a loucura não é sinônimo de maldade, mas maldade é sinônimo de loucura, pois a loucura é uma faca de 2 gumes, e no final das contas ela nada de bom te proporciona, por que se ela não te furar, será você mesmo quem o fará. Porém um louco que faz coisas boas, obtém reconhecimento, mesmo tendo tido uma vida triste devido à loucura que lhe era peculiar. O ser humano nasce com a tendência a QUERER ser bom, mas é de sua natureza querer sempre ser MELHOR do que o outro, essa vontade pode vir a ser uma obsessão, essa obsessão pode vir a ser loucura, e essa loucura pode se transformar em maldade. Por outro lado, essa vontade pode vir a ser uma meta, essa meta, pode vir a ser uma conquista, e essa conquista pode se transformar em bondade ( ou seja, você querer ajudar as pessoas sem precisar de algo em retorno ). Para que lado essa vontade vai convergir? Bem, eu acredito que a maldade não está no dna das pessoas e é desenvolvida ao longo da vida das pessoas, mas por vezes, e por falta de oportunidade, ela nunca é revelada. Considerando folclóres religiosos, o próprio Lúcifer um dia foi anjo, não foi? Tudo vai depender das circunstâncias e das provas sempre tão crueis e defíceis para as quais a vida nos expõe. No fim das contas, se há no cérebro um lugar onde a loucura se abriga nós nunca vamos conhecer esse lugar visto que e cérebro é responsável por todas as nossas emoções e o louco nunca sabe qual emoção foi responsável pela loucura que ele desenvolveu. se há na mente um lugar onde a maldade e a bondade se instalam, elas certamente se encontram no mesmo lugar, talvez juntas, abraçadas, inseparáveis.



Próxima edição: Mal x Vingança - Parte II Canto II

Ósculos e Amplexos,
J.