Os Ventos do Norte - Graciosamente apelidados de Aurora Boreal pelo nosso querido astrônomo Galileu em homenagem à Deusa grega do amanhecer( Aurora, que pintava os céus com os dedos cor de rosa) e a Bóreas ( Bravio titã e senhor dos ventos do norte )
Antes de discorrer o motivo pelo qual resolvi batizar meu blog com esse nome, vou falar um pouco destes deuses(até por que mitologia grega sempre me atraiu muito).
Aurora(ou Eos para os romanos) era a deusa dos dedos cor de rosa(conforme descreve Homero em A Ilíada) assim sendo; sua principal função era abrir as portas do céu para o carro do Sol (conduzido por Apolo - O deus Sol), descerrando as pálpebras do dia. Todo o seu mito é um tecido de amores. A princípio, unida a Ares, provocou os ciúmes de Afrodite, que se vingou, inspirando-lhe uma paixão louca e eternamente insatisfeita por heróis e simples mortais. As deusas gregas sempre cediam aos seus caprichos.
Bóreas(ou Aquilon para os romanos) personifica as forças elementares da natureza. O simbolismo do vento é complexo e se reveste de múltiplas facetas. de um lado, por sua própria agitação, figura a intabilidade, a inconstância, a vaidade. Tratando-se de uma força elementar, o vento é cego e violento. De outro lado, é sinônimo de sopro, do espírito, do influxo espiritual de origem divina(este último, mais facilmente personificado por Zéfiro, seu irmão).
Finda a explicação mitológica, vamos ao fenômeno óptico tão comum nas regiõs polares do nosso planeta.
Este fenômeno, um sublime espetáculo de luzes e cores, é na verdade um evento inerente ao campo visual, próprio do espaço polar de nosso Planeta, embora não se limite apenas à Terra, ocorrendo também em Júpiter, Saturno, Marte e Vênus. Ele acontece em virtude do choque produzido por partículas de vento solar no perímetro magnético terrestre. Geralmente estas luzes se manifestam nos períodos que vão de setembro a outubro e de março a abril. Apesar da beleza natural deste processo, ele pode ser igualmente reproduzido por meio de explosões nucleares ou em pesquisas laboratoriais. A Aurora Boreal pode se expressar de diversas formas – sob a aparência de pontos de luz, como faixas horizontais ou pequenos círculos luminosos -, embora estejam constantemente ajustados à linha do campo magnético do Planeta. Em vários momentos estas luzes se exprimem em diversas cores, simultaneamente. Em outros, elas compõem semicircunferências que se metamorfoseiam o tempo todo.
Apesar do espetáculo oferecido à visão pela Aurora Boreal, os ventos solares intervêm nos sistemas de comunicação terrestres e nos mais variados mecanismos eletrônicos criados pelo Homem, provocando grandes prejuízos à criação humana. Ao longo da história, cientistas e exploradores vêm se referindo a prováveis sons provocados por este fenômeno, embora ninguém nunca os tenha reconhecido, oficialmente, por serem ainda divergentes do conhecimento adquirido pela Humanidade. A Aurora Boreal é também muito presente na mitologia nórdica, que reserva a este evento belas páginas da literatura, passagens marcantes e poéticas que descrevem estas luzes como espíritos elevados ou estrelas com potencial destrutivo, e até mesmo a Bíblia se refere a este fenômeno em um trecho do Livro de Ezequiel. Atualmente, até mesmo o cinema tem protagonizado este espetáculo em suas telas, cativando platéias do mundo inteiro em filmes como Happy Feet. Ela também está presente na música, na poesia e nos jogos eletrônicos.
A aurora boreal pode aparecer em vários formatos: pontos luminosos, faixas no sentido horizontal ou circulares. Porém, aparecem sempre alinhados ao campo magnético terrestre. As cores podem variar muito como, por exemplo, vermelha, laranja, azul, verde e amarela. Muitas vezes aparecem em várias cores ao mesmo tempo. Em momentos de tempestades solares, a Terra é atingida por grande quantidade de ventos solares. Nestes momentos as auroras são mais comuns. Porém, se por um lado somos agraciados com este lindo show de luzes da natureza, por outro somos prejudicados. Estes ventos solares interferem em meios de comunicação (sinais de televisão, radares, telefonia, satélites) e sistemas eletrônicos diversos.
Tomei o fenômeno como título do blog em função da metáfora que eu associei ao analisar as fotos deste lindíssimo show de cores e luzes circulares e assimétricas; Assim como a aurora boreal surge como um "fenda" no céu da atmosfera terrestre, surgem as ideias geniais nos interstícios mais obscuros da mente humana aos quais o ser humano se refugia e se espreita em seus momentos de angústia e sofrimento, são recônditos da mente por vezes intransponíveis e sempre inóspitos, odeiam a presença de um pensamento, de modo que reúnem sua energia metafísica e transformam-na em um casulo. Como o sofrimento prolongado é quase um suicídio à mente e uma tortura à alma, tratamo-nos de livrar-se do casulo libertando a borboleta e dando asas às ideias que foram se acumulando no periodo de reclusão. Infelizmente, a dor nos leva a pensar. E na maioria das vezes que eu escrevo neste blog, estou com algum sentimento obscuro me apertando o coração e suprimindo minha massa encefálica(ironia ou não, um dos filhos de aurora chamava-se Céfalo - de cérebro - fruto de sua união com Hermes, o deus mensageiro conhecido por sua inteligência e sagacidade) o que acaba se transformando em uma dor de cabeça muito chata e inconveniente.
Ósculos e Amplexps,
J.
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